Trabalhos no EAD

s_brasaoUNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

Curso de Formação de Mediadores em EAD
Nome: Patrícia Bragato
Disciplina:Metodologia em EAD



Projeto de criação de um objeto de aprendizagem -Nova Versão

Tema: A dança como conteúdo da Educação Física.

Público Alvo: alunos do Prolicen-Educação Física.

Implementação do processo:

 A proposta é discutir e compreender, a partir da concepção moderna de Educação  escolarizada, a presença da Dança no contexto escolar, através  de uma proposta pedagógica dentro da escola.

Teste
- Ler os textos de Juarez Dayrell publicados no Observatório da Juventude – (www.fae.ufmg.br/observatorio).
- - Assistir a vídeos relacionados com a dança.
Atividades
 A fim de possibilitar vivências diversificadas aos alunos, a dança assume um importante papel para que os educandos possam conhecer o seu corpo, compreender as relações que são estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar a dança. Nesse sentido, a dança não é só vista como expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos (MARQUES, 2003). Como toda atividade humana, a dança também sofreu o destino das formas e das instituições, relacionando-se às peculiaridades, ao caráter dos movimentos dançantes e ao desenvolvimento sociocultural dos povos em todos os tempos.De acordo com minha experiência como professora de Educação Física Escolar, em contato com outros profissionais da área, pude perceber que a psicomotricidade ainda é empregada na escola, principalmente tendo em vista seus objetivos funcionais  de assimilação e acomodação, ou seja, o mecanismo de regulação entre o sujeito e seu meio, dispondo do grau de plasticidade do sistema nervoso, relacionada com as possibilidades de adaptação motora frente a novas situações. Sendo assim, permite ao homem utilizar os movimentos espontâneos, fugindo do comportamento motor estereotipado.
Através da atividade prática descrita abaixo, devemos levar o aluno a comunicar-se e relacionar-se bem com os demais, a fim de manter certa harmonia, disciplina, união e interação dos grupos quando necessário em sala de aula.
Estratégia:
a- Aquecimento: cantar uma música com determinados gestos que envolvam interação e interdependência.
b- Parte principal: movimentar-se ao som de músicas rápidas, moderadas e lentas.
No primeiro instante, o professor poderá sugerir que façam os mesmos movimentos que ele e, num segundo momento, deixar que eles criem seus próprios movimentos, sempre sob a voz de comando do professor.

Sugestões para a voz de comando:
- dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto;
- dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto somente com a cabeça /ombros/ braços/ pernas/em um pé só/ com quatro apoios...;
- dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto em locomoção para trás/ frente/lado direito esquerdo;
- dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto, de mãos dadas com um colega/dois/três;
- dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto e todas as vezes que for se locomover encostar-se a alguma parte do corpo de um colega.

c- Desaquecimento: Utilizar a brincadeira “Escravos de Jó”.

Avaliação:

Valorizar o processo e não a execução do movimento propriamente dito, analisando o envolvimento dos alunos com os movimentos corporais, para que eles compreendam as relações que são estabelecidas entre corpo, dança cultura e sociedade, e construir uma relação pautada no respeito mútuo, diálogo, solidariedade, responsabilidade, dignidade e justiça, valorizando as diversas escolhas e possibilidades individuais e grupais de criar/interpretar em dança.
Referências bibliográficas
FIAMONCINI, L; SARAIVA, M. C. Dança na escola: a criação e a co-educação em pauta in: Didática da Educação Física 1. 3ªed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2003.
MARQUES, I. A. Dançando na escola. SP: Cortez, 2003.
SOARES. A. et. al. Improvisação e dança: conteúdos para a dança na educação física. Florianópolis: UFSC, 1999.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

Curso de Formação de Mediadores em EAD
Nome: Patrícia Bragato
Disciplina:Metodologia em EAD


Projeto de criação de um objeto de aprendizagem

Tema: A dança como  conteúdo da Educação Física
Público Alvo: alunos do Prolicen- Educação Física
Implementação do processo:
 A proposta é discutir  e compreender, a partir da concepção moderna de Educação  escolarizada, a presença da Dança no contexto escolar, através  de uma proposta pedagógica de uma escola da zona rural no interior de Minas Gerais.

Avaliação: Fazer um texto reflexivo sobre as possíveis manifestações culturais do entorno de sua comunidade escolar.
A dança na escola: proposta pedagógica
    A Escola Municipal Valentim Bastianello é atualmente, a sede do projeto de experiência pedagógica – nuclearização de escolas da zona rural, localizada na comunidade de São José da Porteirinha no município de Dilermando de Aguiar. Desta forma, possui um calendário próprio, em tempo integral (manhã e tarde), sendo os dias letivos alternados entre as quatro primeiras séries e as quatro últimas do ensino fundamental.
    A fim de possibilitar vivências diversificadas aos alunos, a escola oferece projetos especiais, onde professores e alunos trabalham juntos, num horário específico durante todo o ano letivo. Neste contexto, o projeto Dança assume um importante papel para que os educandos possam conhecer o seu corpo, compreender as relações que são estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar dança. Nesse sentido, a dança não é só vista como expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos (MARQUES, 2003). Participam do projeto alunas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental, com idades entre 10 e 15 anos.
    Sabendo que a dança engloba conceitos, procedimentos e atitudes e precisa ser abordada em toda a sua dimensão, foram traçados alguns objetivos para seu ensino na escola Valentim Bastianello, possibilitando aos alunos: adquirir habilidades e preparo corporal básicos para a criação e interpretação em dança; desenvolver a percepção cinestésica, espacial e temporal; desenvolver a consciência corporal, enfatizando o reconhecimento do seu corpo, o esquema e a imagem corporal; adquirir conhecimentos teórico-práticos sobre os elementos da dança; articular as experiências pessoais dos alunos com as informações de outras produções em dança (locais, nacionais e internacionais) nos aspectos da criação, interpretação e apreciação em dança; compreender as relações que são estabelecidas entre corpo, dança, cultura e sociedade, e construir uma relação pautada no respeito mútuo, diálogo, solidariedade, responsabilidade, dignidade e justiça, valorizando as diversas escolhas e possibilidades individuais e grupais de criar/interpretar em dança.
    Essa perspectiva permite que as alunas tenham oportunidade de com/na dança falar de seus desejos, experiências, preocupações e satisfações sobre o mundo que vivenciam, o que poderá resultar em instigantes temas geradores para um processo de pesquisa/criação/composição em dança. Ao mesmo tempo, as alunas podem perceber as relações que estabelecem com o seu corpo e com o da colega, refletir sobre a idealização de corpos presente na dança e na cultura, perceber as diferenças entre trabalhar o movimento sozinho e com o outro, criar em grupo compartilhando idéias e opiniões, ampliar seus conhecimentos e estabelecer outras relações espaço-temporais (FIAMONCINI & SARAIVA, 2003).
    Considerar que a dança também forma distintas concepções de corpos dançantes, pois com o movimento se estabelecem diferentes relações de espaço e tempo, possibilita perceber que se constroem diferentes "discursos" sobre o corpo, seja em relação aos aspectos técnicos (habilidade física, performance), sociais (representações de gênero, raça, etnia ou sexualidade) ou culturais (identidades, expressão, valor estético etc.), dentre outros (MARQUES, 2003). Desta forma, para que não sejam apenas reprodutores de uma cultura corporal (com seus aspectos positivos e negativos), torna-se importante que as alunas compreendam que existem diferentes visões de mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar e significar o corpo na dança, na sua cultura e na de outros povos. Isso contribuirá para que a diferença de corpo, de idéias e de valores seja respeitada e valorizada, contribuindo assim para que a escola seja um local de transformação e emancipação social (SOARES, et. Al, 1999). Nesse contexto, possibilita-se através do projeto Dança, que os alunos sejam cidadãos partícipes e construtores de seu próprio tempo.
Referências bibliográficas
·         FIAMONCINI, L; SARAIVA, M. C. Dança na escola: a criação e a co-educação em pauta in: Didática da Educação Física 1. 3ªed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2003.
·         MARQUES, I. A. Dançando na escola. SP: Cortez, 2003.
·         SOARES. A. et. al. Improvisação e dança: conteúdos para a dança na educação física. Florianópolis: UFSC, 1999.






A ESCOLA QUE QUEREMOS
A PEDAGOGIA PROGRESSISTA EM PRÁTICA
por
CELY DUTRA ELER
MARIANA POZZATTI
NILA FERREIRA TAVARES DE MELO
PATRICIA GUIO BRAGATO ROCHA
Trabalho apresentado à disciplina Elaboração de Projeto II, sob a responsabilidade dos professores Orivaldo de Lira Tavares e Santinho Ferreira de Souza.
Especialização em Mediadores em EAD
Ne@ad-Ufes/UAB
Vitória, novembro de 2010.




O QUE SABEMOS
Num centro de formação de professores como o Pólo UAB, constituído de sujeitos em formação constante e que, muitas vezes, vivem entre os muros da escola (quando não da educação básica, os próprios muros do pólo, que apesar de ser um centro de educação à distância, é acima de tudo, uma escola), questões sobre formação inicial e continuada, prática docente, métodos de ensino, didática, cotidiano escolar são comuns.
Sabemos que a década de 90 constitui-se em um marco para o campo educacional. Movimentos sociais, econômicos e culturais das décadas anteriores eclodiram nessa época, em reformas sociais e educacionais. Essas reformas se centraram na transformação da sociedade, da cultura e, por que não, da escola, que se via diante do desafio de formar um “novo homem”, um “novo mundo”. Dentre essas transformações, destacamos para esse fim, no campo educacional a corrente progressista, que parte da análise crítica das realidades sociais e sustentam implicitamente as finalidades sócio-políticos da educação (LIBÂNEO, 1990)
A redemocratização da sociedade brasileira que organizou movimentos, já no final da década de 70, clamava por abertura política, e contrapunha o paradigma hegemônico dominante, o conservadorismo, o tradicionalismo. Na escola, essas características dão lugar a um novo ideário, sustentado por uma análise crítica das realidades sociais. A dita “educação bancária” embasada no depósito de conteúdos no aluno por parte do professor já não responde mais às expectativas da educação formal e da escola (FREIRE, 2005).
Os movimentos progressistas da educação brasileira se fizeram alternativas para a prática pedagógica, através de ações que visam colocar a educação e a própria prática pedagógica na perspectiva da transformação social.
A partir dos estudos teóricos sobre a temática, com base nos princípios dessa corrente, espera-se que, abolindo/superando os paradigmas do ensino tradicional que já não nos parece suficiente para corresponder às exigências oriundas nas transformações das últimas duas décadas, o ensino na escola precisa:
- ser a favor do anti-autoritarismo;
- valorizar da experiência vivida;
- defender da idéia da autogestão pedagógica;
- valorizar do processo de aprendizagem grupal
- valorizar da ação pedagógica enquanto prática social concreta;
- ter a escola como local de mediação entre o social e o individual;
- buscar o saber criticamente re-elaborado;
- entender a relevância da dialogicidade.
Assim, A Escola Que Queremos e que buscamos subsidiar nas pesquisas desse trabalho e das nossas práticas pedagógicas, reflete contribuições para a construção de uma sociedade mais justa, mais igual. Falamos de ensino de qualidade, de superação do modelo tradicional, do conservadorismo, das reproduções, mas se essas alterações não fizerem sentido para a vida da sociedade, não são justificáveis e nem tampouco, possíveis. A escola que queremos é pautadas no diálogo, na re-criação das realidades, na valorização do social, na criticidade. A Escola Que Queremos precisa valorizar o profissional que apesar de mal remunerado, com baixo prestígio social e muitas vezes, responsabilizado pelo fracasso da educação, insiste nesse projeto de formação de pessoas, de cidadãos. Abrimos um parêntese nesse momento para dizer que, nesse trabalho, nos propomos discutir A Escola Que Queremos com base em pressupostos de uma tendência revolucionária de educação, discutindo sobre suas características gerais, sem adentrar nas questões de transformação da profissão docente nos últimos anos, em especial no que se refere às políticas públicas e tessituras de trabalho.
Sabemos que A Escola Que Queremos se faz de sujeitos e não há como não mencionar a relevância, em nossa opinião, do trabalho desenvolvido pelo professor na escola, pois de que vale uma escola com excelente infra-estrutura, com o melhor material pedagógico se não há nela, professores compromissados com o seu papel na formação dos indivíduos?
As transformações da sociedade e da escola, diretamente, também resultam em transformações na profissão professor. Esse sujeito se vê diante de desafios e exigências cada vez mais diversos. Como fim desse estudo, defendemos embasadas em diversos autores e na nossa própria prática pedagógica, uma educação pautada no diálogo. O diálogo é por nós entendido como um dos grandes marcos da proposta progressista da educação. De nenhuma forma, entendemos ser a dialogicidade uma tarefa de fácil execução. Ela é exequível confessamos, porém, é marcada por complexidade. (SAVIANI, 2007).
A princípio falamos da história da educação e justificamos que foi importante essa aproximação não só para se saber o que já se foi feito, mas também para aprender, comparativamente, como agir mais eficazmente no presente.
Pode parecer utópico, mas enquanto instituição social a serviço da cidadania e da emancipação (ao menos é nessa linha que se diz trafegar), a escola se vê diante do desafio de romper com a docilização e a domesticação dos corpos, tão presente na sociedade capitalista, que proíbe o indivíduo de ser, ter, saber e poder.
A escola, e falamos dela não apenas enquanto estrutura física, mas também e principalmente, englobando todos os seus atores/sujeitos (professores, funcionários administrativos, alunos, famílias, comunidade local, sociedade), precisa conscientizar-se de que não podemos acomodar e aceitar a realidade historicamente formada, mas, necessitamos romper com as tradições arcaicas, autoritárias, discriminatórias, elitistas e interditadoras, secularmente vigentes no nosso país. E essa A Escola Que Queremos.
Pensando na escola, nas interfaces dessa instituição, no currículo que buscamos idealizar, na organização e nos sujeitos escolares, convidamos a todos os envolvidos na tessitura da rede escolar para refletir e transpor, constantemente, as palavras de a seguir: “A mais complexa das atividades profissionais se encontra reduzida aos status de coisa simples e natural” (NÓVOA, 2008, p. 228). Acreditamos que só assim, fundamentados numa nova proposta de atuação, conseguiremos transformar a educação e a escola, no que realmente queremos.
METODOLOGIA E TRABALHOS FUTUROS
O desenvolvimento deste trabalho se deu em diversas fases:
1. Como orientação para execução da tarefa, nosso grupo (composto por três tutoras e uma coordenadora de pólo) dialogou sobre a possibilidade de pensarmos (discutirmos e praticarmos) uma escola pautada na tendência progressista de educação, contrapondo as tradicionalidades do ensino conservador, incentivando a pesquisa, a relevância social dos conteúdos e o diálogo.
2. Após definirmos o tema, levantamos o que sabíamos sobre tal temática.
3. Depois desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica levantando, dentro das referências indicadas na disciplina de “Elaboração de Projetos II” e de outros autores da área, um pouco dessa produção teórica para embasar nossas idéias.
4. A partir do texto, elaboramos um questionário para aplicar em escolas de Educação Básica dos municípios de Vila Velha e Colatina, a fim de identificar, segundo alguns sujeitos da comunidade escolar, a forma como a educação acontece na instituição. O questionáro é composto por questões dirigidas ao diretor, ao professor e ao aluno.
5. Como trabalhos futuros, a partir desse instrumento vão dialogar a realidade vivida nessas escolas com as referências sobre A Escola Que Queremos. Pretendemos traçar um diagnóstico sobre o trabalho encontrado nas escolas por meio das questões dos questionários aplicados aos diretores, professores e alunos. Também faremos uma relação da realidade dessas escolas com as bases teóricas da Escola Que Queremos, pautada numa pedagogia progressista.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assistimos mudanças na estruturação da sociedade de forma geral e também, mudanças de paradigmas. A escola, enquanto instituição social também sofreu com essas mudanças e teve suas bases sucumbidas. O que se sabe, se percebe e se vive, é que a realidade da escola tradicional mudou (TARDIF, 2008; NÓVOA, 2008) e diante das reformulações da sociedade, tradicionalismo, conservadorismo, hierarquias não são suficientes e não condizem com o “novo” homem que se quer formar.
A pesquisa bibliográfica realizada ao longo desse trabalho nos mostrou que, pensar uma escola diferente é, não só possível como também exequível.
Acreditamos que A Escola Que Queremos supere a escola que, muitas vezes, vivemos transpondo os modelos tradicionais que não mais atendem às demandas apresentadas pela sociedade.
A comunidade escolar deve se empenhar nesse projeto, que não é tarefa fácil. O caminho é longo e vai além do que conhecemos e vivemos cotidianamente em nossas práticas. Apesar de falarmos de mudanças de paradigmas no âmbito educacional, de novas necessidades e exigências sociais a mais de 20 anos, essas transformações, esses novos modelos, essas novas propostas são relativamente recentes no cenário educacional.
A produção teórica vem apontando que é possível transformar a escola, porém, para isso, é preciso começar.
Esse trabalho nos mostrou que, para além da vontade, é necessário efetivação na transformação da escola, pois precisamos de algo mais do que alunos “repectores” de conhecimento. Precisamos, enquanto sociedade fruto de transformações, de alunos “re-criadores” de conhecimento e essa formação passa pela escola, pela Escola Que Queremos com base numa proposta progressista de educação.
Finalizamos deixando o convite à reflexão: Que escola que quero? Ou melhor: eu escola que alimento e que faço parte?

REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2005.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990.
NÓVOA, Antônio. Os professores e o “novo” espaço público da educação. In: TARDIF, Maurice. LESSARD, Claude. O ofício de professor: história, perspectivas e desafios internacionais. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. p.217-233.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 17. ed. Campinas: Autores Associados, 2007.
TARDIF, Maurice. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários: elementos para uma epistemologia da prática profissional dos professores e suas consequências em relação à formação para o magistério. Revista Brasileira de Educação. n.13. Jan/Fev/Mar/Abr/ 2000, p. 5-24.

----------------------------------------------------------------------------------------------
O QUE APRENDI COM A DISCIPLINA ELABORAÇÃO DE PROJETO I

Patricia Guio Bragato Rocha

Elaborar um projeto é, antes de qualquer coisa, contribuir para a solução de problemas, transformando IDEIAS em AÇÕES.
O documento chamado projeto é o resultado obtido ao se “projetar” no papel tudo o que é necessário para o desenvolvimento de um conjunto de atividades a serem executadas: quais são os objetivos, que meios serão utilizados para atingi-los, quais recursos serão necessários, onde serão obtidos e como serão avaliados os resultados.
A organização do Projeto de ensino: (o que é, como se propõe, como se executa), reflexões sobre projetos de ensino: usos, experiências e resultados e o apoio de recursos digitais e socialização dos resultados, nos auxilia sistematizar o trabalho em etapas a serem cumpridas, compartilhar a imagem do que se quer alcançar, identificar as principais deficiências, a superar e apontar possíveis falhas durante a execução das atividades previstas.
Alguns itens observados no decorrer da disciplina foram muito importantes para o meu aprendizado, tais como estabelecer os objetivos de forma que envolva o aluno a fazer reflexões acerca do conteúdo em questão e a metodologia a serem utilizadas na elaboração de um projeto, como,ler textos, ver vídeos, participar de fóruns de reflexão, usar de recursos digitais para levantamento de opiniões, publicar resultados, relatar atividades em diário de bordo, responder a questionários e a enquetes, tudo via plataforma digital,bem como desenvolvimento de projetos em grupo e realização de webconferências.
As metas, que muitas vezes são confundidas com os objetivos específicos, são os resultados parciais a serem atingidos e neste caso podem e devem ser bastante concretos expressando quantidades e qualidades dos objetivos, ou QUANTO será feito. A definição de metas com elementos quantitativos e qualitativos é conveniente para avaliar os avanços.
Ao escrevermos uma meta, devemos nos perguntar: o que queremos? Para que o queremos? Quando o queremos?
Quando a meta se refere a um determinado setor da população ou a um determinado tipo de organização, devemos descrevê-los adequadamente. Por exemplo, devemos informar a quantidade de pessoas que queremos atingir o sexo, a idade e outras informações que esclareçam a quem estamos nos referindo.
Cada objetivo específico deve ter uma ou mais metas. Quanto melhor dimensionada estiver uma meta, mais fácil será definir os indicadores que permitirão evidenciar seu alcance.
Um projeto pode ser considerado bem elaborado quando tem metodologia bem definida e clara. É a metodologia que vai dar aos avaliadores, a certeza de que os objetivos do projeto realmente têm condições de serem alcançados. Portanto este item deve merecer atenção especial por parte das instituições que elaborarem projetos.
Uma boa metodologia prevê três pontos fundamentais: a gestão participativa, o acompanhamento técnico sistemático e continuado e o desenvolvimento de ações de disseminação de informações e de conhecimentos entre a população envolvida, nesse caso, nós alunos.
Os projetos, como já foram comentados, são temporalmente bem definidos quando possuem datas de início e término preestabelecidas. As atividades que serão desenvolvidas devem se inserir neste lapso de tempo como forma sistemática de trabalhar para garantir que um determinado objetivo seja atingido. Envolve a coordenação, organização e o controle das atividades de um grupo para que seja possível atingir um objetivo dentro do tempo e desempenho esperados.

----------------------------------------------------------------------------------------------



Carta ao estudante



Nila Ferreira Tavares de Melo
Patrícia Guio Bragato Rocha



Pelo que entendemos, a Instituição educacional é o espaço (virtual ou não) onde o processo de construção do conhecimento vai ser fomentado e direcionado através de diversos meios de informação, sejam elas formais ou não.
Vimos também que a importância dada atualmente ao conhecimento nos estudos organizacionais, leva a necessidade de estudar especificamente este e outros recursos dentro da instituição organizacional contemporânea. Devemos nos perguntar: Como se é construído e avaliado o conhecimento hoje?
Para tanto, é preciso fazer um resgate sobre a epistemologia, a metodologia e os seus conceitos, onde percebemos que os estudos sobre o assunto apresenta ainda divergências entre os vários autores aqui estudados.
A epistemologia na visão da filosofia ocidental há uma rica tradição, enquanto no oriente não se pode afirmar sua existência. Isso se deve às diferentes formas nas quais as duas culturas encaram o conhecimento, como explicam Nonaka e Takeuchi (1997).
No Ocidente, para Nonaka e Takeuchi (1997) o conhecimento se orienta na história da filosofia desde o período grego, dividindo-se em duas correntes opostas, uma racionalista e outra empirista uma completando a outra.
Sendo o conhecimento racionalista, um processo mental e ideal e não sensorial.Onde é deduzida a partir de uma argumentação racional baseada em axiomas,onde verdades necessárias são obtidas por intuição e inferências racionais.
Para os empiristas não existi o conhecimento a priori, sendo que a fonte do conhecimento é a experiência sensorial. . O próprio fato de se perceber alguma coisa já é significativo.
No Oriente, Nonaka e Takeuchi (1997) comentam que, apesar de não possuir uma grande tradição filosófica, o Japão apresenta uma abordagem ao pensamento, de certa forma, sutil e sofisticada.
Esta abordagem é vista nos ensinamentos do budismo, no confucionismo, no treinamento dos samurais, entre outros, e está baseada em três pilares:
•a unidade do homem e da natureza,
•a unidade do corpo e da mente; e
•a unidade do eu e do outro.
Para tanto, verifica-se que o papel dos mediadores deste processo dentro da instituição educacional seria o de contribuir para que determinados dados se transformem em informações e conseqüentemente sejam transformadas em conhecimento.
Ao contrário das instituições do passado onde as informações eram transmitidas como um conhecimento já construído e definido, uma educação bancária onde os conteúdos eram depositados no educando. Hoje as Instituições não são mais o centro do processo educativo, por isso devem se preocupar em alcançar os indivíduos que estão obtendo as informações, compreendendo suas dificuldades, respeitando e valorizando suas potencialidades, suas histórias, suas crenças, o meio social e os pré conceitos e conhecimentos formais e informais que foram sendo construídos ao longo de suas vidas. Esses alunos não são mais considerados seres passivos e sim recriadores do mundo, pois a realidade está sempre sujeita à transformação.
Esses sujeitos devem ser estimulados e oportunizados a interagir com o mundo para que possam experimentar as informações que lhes foram transmitidas e assim construir conhecimento sobre determinado assunto.
Para Valdemar W. Setzer (2001), o conhecimento é como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém e foi transformado em uma ação.
Não podendo ser descrito, pois o que se descreve é a informação. Não dependendo apenas de uma interpretação pessoal. Sendo assim, o conhecimento é pessoal, único, onde cada um constrói o seu em cima de dados e informações adquiridas.
O conhecimento é visto na perspectiva da práxis, isto é, “[...] a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo” (FREIRE, 20005, p.77)
Dewey (apud Nonaka e Takeuchi, 1997) posiciona-se contra a separação da “teoria e
“prática, conhecimento e ação”, e argumenta que as idéias passam a ter valor quando resultam em ações que rearrumam e reconstroem de alguma forma, em menor ou maior medida, o mundo em que vivemos.
Percebemos que algumas ideias encontradas na literatura são desenvolvidas independentemente. Como no exemplo fornecido por Y. Malhorta, onde diz que: "O paradigma tradicional dos sistemas de informação está baseado na procura de uma interpretação consensual da informação fundamentada em normas ditadas socialmente ou nas diretrizes dos dirigentes das empresas.Resultando assim, na confusão entre conhecimento e informação. Conhecimento e informação, contudo, são entidades distintas. Enquanto a informação gerada por computadores não é um veículo muito rico da interpretação humana para a ação em potencial, o conhecimento encontra-se no contexto subjetivo de ação do usuário, baseado naquela informação. Assim, não seria incorreto sugerir que o conhecimento está no usuário e não no conjunto de informações, algo levantado há duas décadas atrás por West Churchman, o filósofo pioneiro em sistemas de informação." [Malhorta 1978].P
Concluímos em nossos estudos que, ao correlacionar o que foi visto com o mito da caverna, é provável que romper com a inércia da ignorância exige sacrifícios, por isso é sempre doloroso enxergar e aceitar as transformações das sombras em objetos reais no exterior da caverna.
O papel da atual Instituição de ensino seria hoje o de direcionamento e orientação, para que os educandos saiam da apatia e ao sair da caverna enxerguem o novo com clareza, tomem distância das crenças e opiniões costumeiras, buscando a essência das coisas para que ao voltar possam ajudar por meio de novos conhecimentos na transformação dos que lá estão e na construção de um mundo novo.
--------------------------------------------------------------------------------------------

TEMA 1:
O QUE É NECESSÁRIO ÁS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS DE ENSINO SUPERIOR PARA QUE OFEREÇAM FORMAÇÃO DE QUALIDADE À POPULAÇÃO, POR MEIO DA MODALIDADE A DISTÂNCIA?

Patricia Guio Bragato Rocha
Vemos que a educação aberta e a distância aparece a cada dia mais no contexto das sociedades contemporâneas, se apresentando como uma modalidade de ensino adequada e desejável, isso decorrente as mudanças econômica mundial que tende a se adequar para atender às novas demandas educacionais.
Esta modalidade de Educação a distância é um elemento regulador dos sistemas educacionais necessários não apenas para atender as demandas, mas assumindo funções de crescente importância especialmente na educação da população adulta.
Globalização não é apenas um fenômeno econômico, de surgimento de um "sistema-mundo", mas tem a ver com a "transformação do espaço e do tempo. Giddens" (1997a:4) a define como "a ação à distância" e relaciona sua intensificação com o surgimento de meios de comunicação e de transporte em escala planetária. A interconexão global intensificada gera mudanças das relações tempo/espaço que têm consequências nos modos de operar da sociedade. O contato, ainda que mediatizado, dos indivíduos com eventos e idéias existentes em outras culturas tem um efeito de descontextualização (com relação ao mundo local vivido) e de recontextualização num mundo globalizado que, embora tecnicamente virtual, fornece-lhes novos parâmetros para compreender seu contexto local. Nesta dialética de globalização/localização, observa-se também um aumento da reflexividade, característica típica da modernidade que "diz respeito à possibilidade de a maioria dos aspectos da atividade social, e das relações materiais com a natureza, serem revistos radicalmente à luz de novas informações ou conhecimentos" (Giddens,1997b;18).
Essas novas formas de educação aberta utilizam-se de práticas para atender ás diversidades de currículos e de estudantes, bem como para responder às demandas, sejam elas nacionais,regionais ou locais.
Segundo Maria Luiza Beloni(2008):
Os interesses públicos e privados organizam-se para atender a estes mercados onde a educação aparece como uma nova mercadoria.O uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação permiti sustentar e monitorar tais mercados.Com o avanço tecnológico e as transformações nos processos de trabalho,a tendência a longo prazo é que a educação como um todo, incluindo EAD e ensino convencional,vá se transformando num complexo organismo de educação aberta ( Thorpe,1995; Raggat, 1993;Edwards,1995).
Uma das grandes dificuldades da EAD tem a ver com a sua posição de baixo prestígio no campo da educação. Por muito tempo,tem sido considerada como uma solução paliativa e ou emergencial com relação aos sistemas convencionais,sendo geralmente vista pelo público em geral, como uma segunda oportunidade para os que não tiveram acesso ou abandonaram o ensino regular.Esta percepção gera dúvidas quanto à qualidade de ensino oferecido por sistemas de EAD e tendendo a enfatizar sempre os fracassos.



Um traço distintivo da EAD consiste na mediatização das relações entre docentes e alunos.Por isso, os programas de EAD devem conter uma proposta didática com maior conteúdo didático que as situações presenciais.Para que isso ocorra, é necessário um trabalho constante de um coordenador pedagógico que deve nortear as ações desde a elaboração da matriz curricular, passando pela composição da equipe especialistas responsáveis pela elaboração das unidades temáticas ,pela definição do projeto gráfico do material,pela organização do fluxo de aprendizagem a ser adotado na utilização dos diferentes suportes adotados, até a etapa de validação do material produzido.
Segundo Maria Luiza Beloni(2008):
Quanto a questão das Tecnologias e Mediatização do ensino, é importante lembrar que elas podem trazer grandes contribuições para a educação, se forem usadas adequadamente, ou apenas fornecer um revestimento moderno a um ensino antigo e inadequado.É essencial,porém que tenhamos consciência de que sua integração à educação já não é uma opção,ou seja, já estão inseridas no contexto global , transformando as dimensões da vida social e econômica.
Tais mudanças nas características e estruturas do ensino acarretam necessariamente transformações necessárias nas funções dos professores,introduzindo novas dimensões em seu papel.Não mais fonte principal do conhecimento, o professor terá que desempenhar outras funções no sentido de estimular e orientar o aluno na pesquisa e construção do seu conhecimento,gerindo as dificuldades apresentadas ao uso de tecnologias e ao excesso e também dispersão das informações disponíveis.
A formação dos formadores no ensino superior será ou é talvez o maior desafio a ser enfrentado pelos sistemas educacionais,sendo por outro lado a condição necessária embora não suficiente, para qualquer transformação da educação em todos os níveis que requerem qualidade em seu ensino.
Uma realidade também significativa e evidente é o investimento em tecnologias,não apenas em equipamentos,mas também em pesquisa de metodologias adequadas e na formação para seu uso como ferramenta pedagógica.
Considerando o baixo poder aquisitivo da população brasileira e suas limitações constitucionais vêem que não é suficiente para o desenvolvimento dos sistemas educacionais, apenas os investimentos públicos.
É preciso, direcionar atenção a algumas questões na EAD para um aprimoramento na qualidade de ensino,tais como:
- Qual(is) a(s) teoria(s) de aprendizagem ou o paradigma predominante que vai embasar o curso?
- Qual é o público-alvo?Qual o nível de familiaridade com a tecnologia? Deve-se oferecer formação tecnológica antes de iniciar o curso?
- Quais são os objetivos principais do programa/curso?
- O que se espera dos alunos?
- Como os alunos trabalharão em relação ao tempo/espaço?
- Que recursos serão utilizados para trabalhar os conteúdos?Material instrucional? Hipertextos? Áudio? Vídeo? Links? Software? Teleconferência? Webconferência?
- Que tipos de atividades serão utilizadas?Resolução de problemas?
- Como se darão essas atividades no tempo?
- Qual será o tipo de avaliação?
- Como determinar a motivação dos alunos em ambientes virtuais?
Fazendo uma análise geral de tudo o que foi visto,concluo que a maior preocupação hoje para melhorar a qualidade da EAD no Brasil,constitui no investimento da equipe multidisciplinar.Onde as três categorias profissionais essenciais para a oferta do ensino de qualidade deve estar focada ,nos docentes, tutores e pessoal técnico-administrativo.